O que nunca fazer dentro de um templo na Tailândia (mesmo sem querer)

Sawasdee krub, Brasil 🇧🇷

No ano passado, saiu em vários jornais a notícia de que duas turistas resolveram tirar fotos de biquíni em frente a um templo na Tailândia (clique aqui e veja a matéria), e acabaram virando alvo de revolta nacional. Pediram desculpas, claro, depois que o caso viralizou, mas por aqui nós, tailandeses, ficamos muito chateados com a situação.

Parece exagero? Para quem não conhece a cultura local, pode até soar como um simples erro. Mas aqui, o templo é um espaço sagrado, e algumas atitudes, que parecem inofensivas para os olhos de um turista, são vistas como desrespeito.

Por isso, hoje quero compartilhar com vocês um guia sobre o que NUNCA fazer dentro de um templo na Tailândia (mesmo sem querer).

Vista-se com respeito (mesmo que esteja calor)

A Tailândia é quente, eu sei. Mas dentro de um templo, o corpo precisa estar coberto: ombros, barriga e pernas. Bermudas e saias, só se forem abaixo do joelho.

Roupas transparentes, decotes, saias curtas ou camisetas sem manga (a famosa regata) não combinam com o ambiente, e são proibidas.

Se estiver com roupa de praia, vai precisar se vestir de forma adequada antes de entrar. Muitos templos nem permitem a entrada nos portões se você estiver com trajes de banho ou apenas com uma canga por cima. Então, melhor já sair de casa preparado.

Sapatos ficam do lado de fora

Na entrada dos salões principais, você verá uma fileira de sandálias na porta. Tire os seus também. É um gesto que simboliza humildade. Como tirar o chapéu para rezar, só que com os pés.

Os pés não devem apontar para Buda (nunca)

Aqui, os pés são considerados a parte mais impura do corpo. Sentar-se com os pés esticados em direção a uma imagem de Buda ou a um monge é sinal de desrespeito.

A melhor forma é ajoelhar ou sentar de lado.

Silêncio, mesmo que o templo esteja cheio

Alguns templos recebem centenas de pessoas por dia, mas o clima lá dentro continua sereno. Fale baixo. Evite brincadeiras, risadas em volume alto ou chamadas de vídeo. Se estiver com crianças, explique antes o que vão encontrar e por que precisam ficar quietinhas por alguns minutos.

Monges: reverência e distância respeitosa

Homens e mulheres devem respeito aos monges, mas aqui há um ponto importante: Mulheres não devem tocar em monges, nem para entregar um objeto. Isso não é julgamento. É uma regra da tradição monástica.

Se quiser oferecer algo, peça ajuda ou use uma bandeja.

Nada de selfies no altar

Estátuas de Buda são símbolos de fé. Posar fazendo careta, encostar na imagem ou subir na base do altar para tirar uma foto é considerado ofensivo. Selfies são proibidas.

Quer uma lembrança? Tire a foto com respeito, em pé, fora do altar, sem exageros. Peça ajuda caso esteja sozinho, não tenha vergonha, vai ser melhor do que levar uma bronca, rs.

• Nada de ligações ou músicas no viva-voz

• Beijos e abraços longos também não combinam com o ambiente

• Comer não é permitido, mas uma garrafinha de água discreta está tudo bem

• Se vir uma plaquinha de “No photo”, respeite.

Durante cerimônias ou orações com monges, prefira guardar o celular e observar. Às vezes, estar presente vale mais que o registro.

Animais de estimação não entram

Mesmo que o seu pet seja calmo, evite levá-lo. Templos são lugares de oração e introspecção. Alguns até têm gatos ou cachorros que vivem ali, mas isso é diferente de entrar com um animal visitante.

Lembre-se: respeito é o idioma mais falado aqui

Assim como no Brasil, aqui também há códigos de respeito, diferentes, mas com o mesmo princípio: Honrar o sagrado do outro.

Não é sobre parecer perfeito, é sobre mostrar que você se importa.

Se ficar em dúvida, pergunte ao seu guia, ou pode me chamar, estou no Instagram pelo @TheazinhoTailandia.

Com carinho,

Theazinho (เต้)